Audiência na Câmara aproxima sociedade civil e tomadores de decisão

29 de setembro de 2023 | Notícias

set 29, 2023 | Notícias

Por Lucas Guaraldo e Maria Garcia

Nos dias 27 e 28 de setembro, o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) participou da Virada Parlamentar Sustentável para engajar parlamentares na elaboração de políticas ambientais eficazes e refinar o processo de tomada de decisão dentro do Congresso. O evento contou com a participação de 60 organizações da sociedade civil com atos, debates, seminários, exposições, audiências públicas e mesas redondas, propondo inflexões na política brasileira para que o país se torne efetivamente uma liderança mundial dos temas da sustentabilidade.

Os encontros são iniciativa da Frente Parlamentar Mista da Transição Climática Justa em parceria com o IPAM e o IDS (Instituto Democracia e Sustentabilidade) e reuniram lideranças da sociedade civil nas áreas de meio ambiente, economia e educação; e tomadores de decisão na Câmara dos Deputados.

Ao longo dos dois dias de reunião, os participantes discutiram a política brasileira de crédito de carbono, injustiça climática e a inserção da Educação Climática no currículo escolar básico. Paulo Moutinho, pesquisador sênior do IPAM, e Eugênio Pantoja, diretor de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do IPAM, foram alguns dos convidados.

Crédito de Carbono

A audiência pública “Crédito de Carbono e Desenvolvimento Sustentável na Amazônia” retomou o debate iniciado pelo Projeto de Lei 412/2022, de autoria do senador Chiquinho Feitosa (DEM-CE), para regular o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões. O PL é considerado a proposta mais completa de regulação de créditos de carbono em tramitação no Congresso Nacional.

Eugênio Pantoja alertou para a importância de incluir o mercado de carbono dentro de um sistema nacional jurisdicional que integre outras atividades a uma visão de Estado, e não de setores produtivos específicos.

“Existe um conjunto de projetos que se utilizam de áreas coletivas de unidades de conservação e de terras indígenas que, em princípio, são totalmente irregulares porque não têm autorização e anuência do poder público ou da coletividade como um todo. É preciso que a gente organize esse processo”, afirmou Pantoja.

Na opinião da maioria dos participantes, os créditos de carbono podem incentivar o mercado privado a adotar sistemas e projetos mais ambientalmente sustentáveis dentro da cadeia de produção, contudo, não são a única solução para o país.

“Apesar da sua importância, os créditos de carbono têm um papel muito específico para internalizar o preço de conservar e deve ser um complemento das atividades dentro da política climática do Brasil”, argumentou Viviane Romeiro, diretora de Clima & Energia & Finanças Sustentáveis do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável).

A mesa reuniu representantes de instituições socioambientais do setor público e privado, a exemplo do IPAM, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), CEBDS, Observatório do Clima e Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará (Semas).

Educação da esperança 

Participantes da audiência “Inserção da Educação Climática no currículo escolar” também apresentaram propostas para a inclusão da educação climática no currículo escolar básico brasileiro. Segundo os presentes, além de conscientizar jovens sobre os problemas causados pela crise climática e o desmatamento, a adição da matéria é essencial para a formação daqueles que sofrerão os maiores impactos das alterações no clima.

“Os jovens não estão só ansiosos, mas desesperados com o clima. Eles não querem ter filhos porque não sabem o que vai ser do mundo que está por vir. Precisamos de uma educação da esperança porque a educação ambiental não pode ser baseada na catástrofe. A educação climática tem que ser voltada para a formação de uma cidadania climática. Uma cidadania que toma decisões. Estamos em uma emergência climática”, defendeu Paulo Moutinho.

Fizeram parte da mesa a deputada Socorro Neri (PP-AC); Mauro Rabelo, secretário de Educação Básica do Ministério da Educação; Mariana Breim, diretora do instituto Península; Cayo Henrique, da Coalizão Brasileira pela Educação Ambiental; Taciana Stec, analista de políticas públicas do Instituto Tanaloa; e Neusa Helena, professora da rede estadual do Rio de Janeiro.

Alunos da Escola Classe 403 Norte e da Casa Azul Felipe Augusto, de Brasília, leram uma carta em defesa do meio ambiente e reforçaram a importância de agirmos agora.

“Queremos a proteção das terras indígenas contra os garimpeiros, mais áreas de proteção e mudanças no nosso sistema econômico. Progresso nunca pode ser sinônimo de destruição. Somos nós, as crianças, que mais temos a perder com as mudanças climáticas. Somos nós que vamos sofrer com temperaturas mais quentes”, declarou Gael, de dez anos.

Veja também

See also

Teste 20250816 1605

Teste 20250816 1605

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Aliquam vitae lorem consectetur ante scelerisque elementum. Duis feugiat sollicitudin aliquam. Curabitur justo enim, pulvinar nec convallis ac, porttitor quis urna. Etiam tincidunt fringilla odio in...