Projeto de recuperação de áreas produtivas beneficia mais de 90 famílias

28 de fevereiro de 2023 | Notícias

fev 28, 2023 | Notícias

Por Lucas Guaraldo*

94 agricultores familiares, extrativistas e pescadores receberam insumos para a implementação de Sistemas Agroflorestais (SAFs)  em áreas degradadas como parte do projeto “Criando condições para fortalecer os pequenos produtores na Amazônia brasileira”. Em fevereiro de 2022, a iniciativa concluiu as entregas nos municípios de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Pacajá, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu, no Estado do Pará.

O projeto é uma parceria do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) com a Fundação Walmart, o Governo do Estado do Pará e a FVPP (Fundação Viver, Produzir e Preservar). O principal objetivo da iniciativa é contribuir para a sustentabilidade e para a melhoria de vida de produtores da região a partir de soluções voltadas a uma economia de baixa emissão de carbono. 

Até o momento, foram entregues aos agricultores 52.484 mudas de cacau, açaí, cupuaçu, banana e essências florestais, produzidas na rede de viveiros parceiros, 48.959 toneladas de calcário e 5.250 kg de adubos.

Os agricultores familiares também têm acesso à assistência técnica rural (Ater) para implementar Sistemas Agroflorestais (SAFs) de modo a recuperar áreas degradadas em imóveis rurais, como pastos e áreas de preservação permanentes (APPs), com técnicas que ampliem a renda dos agricultores. 

As APPs são áreas ao redor de riachos e nascentes que, por lei, precisam ser mantidas a fim de garantir a saúde dos corpos d’água. SAFs são sistemas produtivos em que árvores exóticas ou nativas são consorciadas com culturas agrícolas, de acordo com um arranjo espacial e temporal pré-estabelecido, com alta diversidade de espécies e interações entre elas. Sistemas Agroflorestais otimizam o uso da terra, conciliando a preservação ambiental com a produção de alimentos, conservando o solo e diminuindo a pressão pelo uso da terra para a produção agrícola.

Comunicação direta

Além do apoio presencial de Ater para produzir em áreas que não estariam sendo utilizadas – e, portanto, sem proporcionar renda –, será desenvolvido, junto aos agricultores familiares, um aplicativo para facilitar e tornar mais rápido o contato com os técnicos.

“Esta é uma assistência fundamental para disseminar boas práticas no campo e para levar informação que realmente faça diferença na produção e na vida daquele agricultor. Proporcionar um canal direto de comunicação entre as duas vias pode tornar o processo ainda mais ágil e descomplicado”, explica a coordenadora de projetos do IPAM na Transamazônica, Denise Reis,

Agricultor familiar em Vitória do Xingu, no Pará, e presidente da Cooperativa de Produtores Orgânicos da Transamazônica (CEPOTX), Marcos Roberto de Souza foi um dos produtores que aceitou participar do projeto. Ele, que aprendeu a plantar e a colher com o pai e hoje produz polpas de frutas orgânicas na agroindústria da cooperativa, acredita não ser necessário ter grandes propriedades para produzir de forma eficiente e com qualidade.

“O que precisamos é de produtores interessados e de assistência técnica. Às vezes, o agricultor possui áreas improdutivas e tem vontade de recuperá-las, mas não possui as condições ou informações suficientes. Com acompanhamento, é possível implementar outras culturas e aumentar a renda”, afirma Souza. Ele complementa que é preciso buscar alternativas para tirar o melhor proveito da terra. “Ela é a nossa mãe. Quando trabalhamos da maneira correta, recebemos o dobro.”

 

Intimidade com a natureza

O casal Claudia Maria Gonçalves e João Alberto Menezes são pescadores e agricultores familiares, também residentes em Vitória do Xingu. Desde 1991, os dois cultivam uma relação intensa com a água e com a terra. “Não viveria sem o meu Rio Xingu. Dele tiramos o peixe e nos transportamos de uma cidade para a outra. Do solo vêm nossos frutos, nossos grãos, nossos vegetais, nossas criações de animais. Assim vivemos”, conta a agricultora.

 

Gonçalves e Menezes participam do projeto e, ainda que possuam áreas onde produzem diferentes culturas, detêm locais passíveis de recuperação e de melhor aproveitamento. “Nunca tivemos esse tipo de assistência e temos muito interesse em aprender diferentes manejos para cuidar do que temos”, diz a agricultora. “Por aqui, todos sabem plantar, mas cuidar do plantio, como, por exemplo, podar o pé de cacau e utilizar o adubo da melhor forma, precisamos aprender. Será uma boa experiência”, complementa Menezes.

A iniciativa conta com a parceria da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaaf), da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) no Mato Grosso, e da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Pará (Sedap-PA), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PA) e da Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP) no Pará.

Jornalista no IPAM, lucas.itaborahy@ipam-staging.chama7.com*



Este projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Saiba mais em brasil.un.org/pt-br/sdgs.

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