Pesquisadores caçam formigas para compreender o processo evolutivo

28 de novembro de 2017 | Notícias

nov 28, 2017 | Notícias

Já imaginou passar horas procurando por formigas e acompanhando o trajeto desses insetos? O pesquisador Ted Shultz, entomólogo da Smithsonian Institution no Museu Nacional de História Natural nos Estados Unidos faz isso há quase 30 anos. Ted e mais três pesquisadores vieram para o Brasil em busca de uma espécie primitiva e rara de formiga para entender como aconteceu a evolução biológica da Apterostigma megacephala. Essa espécie é conhecida como formiga agricultora por sobreviver do cultivo de fungos mantendo com esmero o jardim subterrâneo.

A Apterostigma megacephala foi descrita pela primeira vez em 1999, mas os cientistas indicam que tem mais de 16 milhões de anos que ela fertiliza e cuida de sua cultura regularmente. Porém, foi descoberto recentemente que a partir de um determinado período essa espécie começou a cultivar um fungo exclusivo e mais novo, que tem cerca de seis milhões de anos. E esse é o objetivo dos pesquisadores, entender como aconteceu a coevolução da formiga e do fungo.

“O mundo natural ainda é pouco conhecido e geneticamente é possível traçar o cenário evolutivo da natureza. As formigas são insetos pequenos que realizam trabalhos complexos e diversos. Compreender esse ecossistema é essencial”, afirma Shultz.

A caça pela rara formiga começou em outubro em Carajás no Pará, passou por Juara e Cotriguaçu em Mato Grosso e terminou na Fazenda Tanguro, local em que o IPAM desenvolve pesquisas sobre a interação entre mudanças climáticas, floresta e agricultura. Nesses quatro lugares, os pesquisadores coletaram ninhos das formigas e agora vão sequenciar o DNA dos fungos cultivados por essa espécie de formiga para poder traçar a árvore evolutiva da formiga e do fungo.

“Antes de alterar o meio ambiente você precisa saber o que está destruindo, é preciso descrever a biodiversidade e esperar que as pessoas sejam cuidadosas com o meio ambiente. Por isso estou documentando e provendo os fatos para auxiliar os tomadores de decisão”, afirma Shultz.

Existem mais de dez mil espécies de formigas conhecidas com diferentes formas, cores, tamanhos e especialidades. As formigas de forma geral são importantes bioindicadores do quão saudável é um ambiente.

“Cada pequena formiga tem um papel importante no ambiente, como, por exemplo, fixar nitrogênio no solo. Elas são as primeiras a responderem se o sistema vai entrar em colapso. Muitas pessoas pensam que pelas formigas serem pequenas e muitas, não merecem atenção, mas elas prestam serviços ecossistêmicos importantes”, explica Jeffrey Sosa-Calvo, pós-doutorando na Universidade Estadual de Arizona.

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