Iniciativa une conhecimento quilombola e tecnologia em prol da biodiversidade

20 de março de 2025 | Notícias

mar 20, 2025 | Notícias

Reunindo conhecimento ecológico tradicional quilombola e ciência moderna, o projeto Amazonian BioTechQuilombo – Biodiversidade Amazônica, Avaliação Tecnológica e Troca de Conhecimento com Quilombos foi lançado nesta semana para monitorar a biodiversidade em comunidades quilombolas na Amazônia.

A integração entre conhecimento quilombola e métodos científicos de ponta – incluindo sensoriamento remoto, sequenciamento de DNA e inteligência artificial – permitirá identificar a presença de espécies da fauna e flora para desenvolver um quadro de monitoramento da biodiversidade liderado pela comunidade.

Por reconhecer o papel das comunidades quilombolas na conservação da biodiversidade e gestão sustentável da terra na Amazônia, o conhecimento destes atores será central para a pesquisa a ser desenvolvida.

“Este projeto marca um avanço significativo na convergência entre o conhecimento ecológico tradicional e as abordagens científicas contemporâneas. Ao combinar tecnologias inovadoras com o saber quilombola, buscamos desenvolver estratégias sustentáveis de conservação da biodiversidade, com protagonismo da própria comunidade”, destaca Celso Silva-Junior, pesquisador amazônida do IPAM que liderará o projeto no Brasil.

A iniciativa terá duração de três anos com foco em comunidades quilombolas chaves no Pará, Amazonas e Roraima. Serão promovidas idas a campo para coleta de dados de biodiversidade, monitoramento da estrutura da floresta e treinamento de membros da comunidade em técnicas avançadas de pesquisa ecológica.

Oficinas de treinamento e trocas de conhecimento promoverão o diálogo intercultural e a capacitação. Ainda, pesquisadores quilombolas participarão de intercâmbios acadêmicos com os parceiros internacionais para aprimoramento em sensoriamento remoto, GIS (Sistema de Informação Geográfica), sequenciamento de DNA e monitoramento da biodiversidade.

Para Polyanna Bispo, professora da Universidade de Manchester, além de documentar e preservar a biodiversidade, a iniciativa fortalece o papel das comunidades tradicionais como atores-chave na conservação. “Nosso trabalho contribuirá com insights relevantes para políticas de agências de conservação, instituições de pesquisa e grupos de defesa em todo o mundo”, explica.

“Ao fomentar a colaboração entre pesquisadores acadêmicos e comunidades tradicionais, o projeto estabelece um precedente para futuros estudos que integram o conhecimento tradicional com a ciência moderna, avançando tanto os esforços de conservação quanto o empoderamento comunitário na Amazônia”, complementa Silva-Junior.

O BioTech Quilombo é liderado por Celso Silva-Junior, pesquisador do IPAM, e conta com a parceria da Dra. Polyanna da C. Bispo, professora da Universidade de Manchester, no Reino Unido, que atua como cocoordenadora do projeto; Dr. Paulo M. L. A. Graça, pesquisador do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia); Dra. Nivia P. Lopes, professora da UFRR (Universidade Federal de Roraima); Dr. Pitágoras C. Bispo, professor da UNESP (Universidade Estadual Paulista); e Dr. Loïc Pellissier, pesquisador do ETH Zurich, Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça.

O programa será apoiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, FAPESPA (Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas), FAPEAM (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas), FAPRR (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Roraima) e FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São), no Brasil; Além de UKRI (UK Research and InnovationI, do Reino Unido, e SNSF (Swiss National Science Foundation, na Suíça). O projeto é financiado através da Iniciativa Amazônia+10 (https://www.amazoniamaisdez.org.br).

Foto de capa: Consórcio da Amazônia Legal reúne, em documento, resultados da COP29 rumo à COP30 (Crédito: Gustavo Moreno)



Este projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Saiba mais em brasil.un.org/pt-br/sdgs.

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