27ª Conferência do clima acende o alerta para aquecimento da Terra

8 de novembro de 2022 | Notícias

nov 8, 2022 | Notícias

Os dois primeiros dias da COP 27, domingo e a segunda-feira, respectivamente, 6 e 7 de novembro, combinaram momentos de “aquecimento” – com participantes ainda em fase de credenciamento e estandes sendo finalizados – a outros já de grande importância, como o lançamento do relatório provisório sobre o clima global em 2022 da Organização Meteorológica Mundial (OMM). O estudo indica que os últimos oito anos podem ser os mais quentes já registrados.

Em seu discurso na abertura do painel intergovernamental, o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, pediu um pacto de solidariedade climática entre os países desenvolvidos e as economias emergentes, com liderança dos Estados Unidos e da China, e a tributação dos lucros inesperados das empresas de combustíveis fósseis. “Coopere ou pereça”, alertou, acrescentando que “o fracasso em lidar com o clima é um pacto de suicídio coletivo”.

Na outra ponta, eventos paralelos foram destaques em pavilhões temáticos espalhados pela conferência. Reunindo pesquisadores, acadêmicos, setor privado e povos originários, o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) inaugurou sua participação à frente de dois painéis.

Diretoras de Ciência do instituto destacaram, diante do cenário de alerta máximo, novas ações e incentivos para garantir a segurança alimentar em um futuro que exigirá adaptações, bem como o papel dos povos do Cerrado para a manutenção das vegetações e de um clima global estável e a importância de reconhecer a existência dessas comunidades.

No pavilhão da WWF (World Wide Fund for Nature), a diretora de Ciência do IPAM, Ane Alencar, apontou que há milhares de comunidades invisíveis no Cerrado, enfrentando conflitos por terra e água decorrentes da expansão do agronegócio. Atualmente, mais de cinco mil famílias de povos e comunidades tradicionais e de pequenos agricultores utilizaram o aplicativo Tô no Mapa para realizar o automapeamento de seus territórios. São grupos ainda não reconhecidos nos dados oficiais brasileiros.

“O primeiro passo é reconhecê-las, identificá-las e incluí-las no mapa”, ressaltou Alencar. “Se conseguirmos organizar o uso da terra e a ocupação do bioma, o Brasil continuará aumentando sua produção de alimentos ao mesmo tempo em que irá proteger os seus sistemas culturais e de água, existentes no coração do país.”.

O Cerrado é um dos biomas mais biodiverso do mundo e já perdeu quase a metade de sua vegetação. Em agosto e setembro deste ano, o desmatamento no bioma mais que dobrou, em comparação com o mesmo período de 2021. De acordo com dados do SAD Cerrado (Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado), foram 144 mil hectares derrubados, uma alta de 135% sobre os 65 mil hectares do ano anterior. O aumento da atividade ocorreu principalmente em áreas sem informação fundiária, o que chama a atenção de pesquisadores. Essas áreas concentram 45% do total derrubado nos dois meses, contra 12% no ano anterior. Imóveis rurais privados têm 48% de toda a área desmatada no bioma no período, sendo que no ano passado eram 77%.

Incentivo à preservação

Em pavilhão próximo, a diretora-adjunta de Ciência do IPAM, Patrícia Pinho, participou do painel “Fazendas e inovadores no centro: soluções para criar sistemas alimentares resilientes para o futuro”, onde destacou o projeto CONSERV, iniciativa desenvolvida pelo instituto, em parceria com o Woodwell Clmate Research Center e com o EDF (Environmental Defense Fund).

“Os serviços ecossistêmicos que a floresta provê são crucias para a produção de commodities. Com o CONSERV, nós identificamos e analisamos o montante de vegetação que continua em pé dentro de propriedades privadas e incentivamos financeiramente para que o produtor não derrube as árvores dessas áreas”, afirmou Pinho.

Participam atualmente do projeto cerca de 20 grandes propriedades, onde os produtores não só são incentivados a protegerem a floresta, mas também a aumentarem a produção em áreas menores, “gerando mais benefícios ecossistêmicos, incluindo polinização, recursos hídricos e regulação do clima”, complementou.

Estudo recente publicado na revista científica Nature Food, em um trabalho de cooperação internacional, mapeou os dez principais produtos agrícolas do mundo e sua destinação. A descoberta acende um sinal de alerta para a desnutrição em vários países, mostrando que plantações com uso direto de alimento são insuficientes para cumprir com o segundo ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas). A meta diz respeito à segurança alimentar para todas as pessoas até 2030.



Este projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Saiba mais em brasil.un.org/pt-br/sdgs.

Veja também

See also

Teste 20250816 1605

Teste 20250816 1605

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Aliquam vitae lorem consectetur ante scelerisque elementum. Duis feugiat sollicitudin aliquam. Curabitur justo enim, pulvinar nec convallis ac, porttitor quis urna. Etiam tincidunt fringilla odio in...