“A terra, quando preservada e cultivada coletivamente, é um ato de resistência”

10 de março de 2025 | Um Grau e Meio

mar 10, 2025 | Um Grau e Meio

Antônia Oliveira vive em Carlinda, Mato Grosso, no assentamento denominado PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável). Sua trajetória na coleta de sementes está diretamente ligada à reforma agrária.
Faz parte de um grupo de cinco famílias que participam da coleta de sementes florestais e agrícolas. Cada família mantém suas áreas de produção e coleta dentro de suas unidades familiares.

“Peguei muito, muito afeto, muito amor pela coleta de sementes. O cultivo de vários tipos de sementes florestais é fundamental para entender que elas são cruciais para o processo de restauração de áreas e também para o consumo humano na questão agrícola”, explica.

Antônia, junto a um grupo de mais de 46 famílias, ajudou a construir o projeto do assentamento seguindo um modelo sustentável de produção em área designada para reforma agrária. Com o compromisso de proteger a floresta, destinaram apenas as áreas já abertas para o cultivo, conservando uma reserva coletiva que hoje soma mais de 1.500 hectares.

“Não é apenas uma questão de renda, mas também de aprendizado. A experiência de coletar sementes com o propósito de reflorestar novas áreas nos ensina o quanto essa prática é essencial para a recuperação e preservação do meio ambiente”.

Um dos principais cuidados do grupo é garantir que a coleta de sementes não prejudique o ecossistema. Para isso, controlam a quantidade retirada para comercialização, assegurando que sempre haja o suficiente para alimentar a fauna e permitir a regeneração das árvores.

No entanto, ela relata que a expansão das lavouras de milho e soja na região trouxe desafios, como a perda de matrizes e árvores cultivadas pelos assentados. O grupo tem buscado formas de se adaptar a essa nova realidade.
Antônia comenta que a comercialização das sementes, a criação de novas áreas de coleta e até mesmo a pulverização aérea são problemas que enfrentam diariamente.

“A terra, quando preservada e cultivada coletivamente, é um ato de resistência. É através dela e da proteção da natureza que os trabalhadores rurais conquistam seus objetivos e realizam seus sonhos”, ressalta a coletora.

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