Missão China: em Pequim, evento conecta ONGs brasileiras e chinesas

17 de junho de 2025 | Notícias

jun 17, 2025 | Notícias

Em Pequim, o workshop “Promoting China-Brazil Scientific Research on Climate & Nature”, ocorrido no dia 16 de junho, reuniu ONGs brasileiras e chinesas para fortalecer a cooperação na pesquisa de soluções climáticas nos dois países.

O evento inaugura a Missão China, agenda promovida por uma delegação de seis organizações da sociedade civil brasileira no país em junho de 2025 com foco no estabelecimento de parcerias científicas. São elas: IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), iCS (Instituto Clima e Sociedade), Plataforma CIPÓ, ICV (Instituto Centro de Vida), Imazon e O Mundo Que Queremos.

O alinhamento das instituições do Brasil e da China com vistas à COP30 foi destacado no workshop que levantou oportunidades de estudos conjuntos. Entre os temas de interesse, estão agricultura, desmatamento, sistemas alimentares, cadeias produtivas, desmatamento e restauração.

 

 

“A ciência começa a entender agora os impactos das mudanças climáticas agropecuária e mensurar os riscos futuros, inclusive para a manutenção da produção a longo prazo. Este é um assunto que interessa ao Brasil e à China, portanto, nós estamos aqui em busca de parcerias para aprofundar esse conhecimento e em busca de soluções baseadas na natureza para ampliar a resiliência da agricultura brasileira às mudanças climáticas”, avalia André Guimarães, diretor executivo do IPAM e enviado especial da Presidência da COP30 para a sociedade civil.

Mais de 25 organizações chinesas estiveram presentes no workshop, promovido pela BellaTerra do Brasil em parceria com o WWF China. Na parte da manhã, representantes do Brasil e da China apresentaram seus campos de trabalho, enquanto a parte da tarde ficou reservada a painéis temáticos.

“Foi uma ocasião muito relevante, especialmente pela quantidade de organizações que participaram, com discussões equilibradas que indicam o início de um alinhamento. Ainda, pela unidade da sociedade civil brasileira perante a um tema tão importante que é o engajamento da sociedade civil chinesa para a agenda de combate às mudanças climáticas globais por meio de parcerias técnico-científicas. Enquanto o mundo caminha em sentido oposto, China e Brasil enviam um sinal de cooperação para alcançar ainda mais sua posição de líderes em sustentabilidade”, diz Guillaume Tessier, especialista em Uso da Terra e Agricultura Sustentável do iCS.

Durante o workshop, foi frequente a referência a um ditado popular chinês que, traduzido e adaptado livremente, diz: uma jornada de mil quilômetros começa com um pequeno passo. Isso porque a conexão da sociedade civil e instituições de pesquisa em ambos os países segue o histórico de cooperação no nível governamental, base para a China ser hoje o maior parceiro comercial do Brasil e para os avanços nas relações Sul-Sul.

“Um intercâmbio oportuno e enriquecedor”, define Peng Ren, chefe de programas no South-North Institute of Sustainable Development, de Pequim. “Refletiu o crescente impulso da colaboração interpessoal entre China e Brasil em relação ao clima e à natureza.Também foi encorajador ver um diálogo aberto e voltado para soluções entre organizações chinesas e brasileiras com pontos fortes complementares. No futuro, precisamos aprofundar ainda mais as parcerias institucionais e alinhar esforços em pesquisa e ação conjuntas rumo à COP30 e além”, completa.

 

André Guimarães, diretor executivo do IPAM, em fala de abertura no workshop

 

“Falamos bastante sobre a importância de sermos orientados por dados, e é por isso que no ICV investimos em transparência: com dados abertos e informações sobre rastreabilidade”, comenta Alice Thuault, diretora executiva do ICV.

Para Mariana Rondon, diretora de programas na Plataforma CIPÓ, “Olhando para a agenda de clima e de transição justa, é superinteressante entender as metodologias e tecnologias verdes chinesas para caminharmos rumo a uma economia de baixo carbono, além de compartilhar nosso conhecimento e histórico de trabalho. Neste sentido, vislumbrar boas práticas e parcerias de pesquisa enriquecem um objetivo comum”.

“Existe um entendimento cada vez maior de que a produção de alimentos do Brasil e nossa capacidade exportadora dependem da manutenção da floresta, tanto pelo papel de regulação do clima, quanto de produção de chuvas. A China pode exercer um papel fundamental para estimular a adoção de critérios de produção sustentável e padrões de planejamento de obras de infraestrutura na região que levem em conta as vulnerabilidades ambientais”, conclui Alexandre Mansur, diretor de projetos em O Mundo de Queremos.

Paulo Barreto, pesquisador associado do Imazon, reconhece a importância do evento e ressalta os desafios a seguir. “É essencial reunir instituições tão distantes geograficamente, mas tão próximas em pesquisa. A China tem um impacto no Brasil porque pode levar ao desmatamento, e este, por sua vez, à queda da produtividade por conta da mudança do clima. Apesar de tradições diplomáticas, as decisões de compra influenciam o mercado brasileiro e isso já foi feito em relação à qualidade da carne: o ‘boi China’ transformou a pecuária brasileira com melhoramento de pasto e mudanças no uso do crédito rural para essa finalidade. O desafio é pensar de forma simples, por isso, nossa proposta é adicionar requisitos semelhantes ligados ao desmate para compra de regiões sem risco”.

A Missão China da sociedade civil brasileira segue com compromissos em Pequim e em outras cidades do país. Acompanhe as atualizações nos sites e nas mídias sociais das organizações envolvidas.



Este projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Saiba mais em brasil.un.org/pt-br/sdgs.

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