“Meu legado vai ser deixar mais de mil mudas plantadas para aqueles que vieram”

27 de janeiro de 2025 | Notícias, Um Grau e Meio

jan 27, 2025 | Notícias, Um Grau e Meio

Por Lucas Guaraldo*

Osvaldo e Jocilene vivem há quatro anos em seu sítio em Alto Paraguai, município do oeste mato-grossense, onde produzem hortaliças, ovos e mudas de espécies nativas e frutíferas.

Entre as nascentes do Rio Paraguai e fazendas produtoras de grãos e criadoras de gado, o casal vem abrindo novos caminhos por meio da geração sustentável de renda e da recuperação da vegetação nativa e nascentes da região.

“Eu tenho que deixar um legado, né? O meu legado vai ser deixar mais de mil mudas plantadas, não só para mim, mas para aqueles que vieram. Porque quando a gente chegou aqui, já achamos pronto. Então, vamos deixar para quem vai ficar também”, diz Osvaldo.

A vontade de produzir de uma forma diferente, sem desmatamentos e respeitando os processos naturais de cada planta, conta Osvaldo, primeiro teve que superar os hábitos locais. Com um histórico em atividades de pecuária e garimpo, Alto Paraguai tem pouca oferta dos produtos essenciais para a produção em pequena escala, como mudas, adubos e sementes.

“É muito difícil o pequeno produtor ter apoio. Antes era difícil até para você conseguir mudas. Você ia nos viveiros e, além de quase não ter as mudas, era um absurdo de caro. Chegamos a pagar 25 reais em uma muda de limão que você tinha que fazer o pedido e esperar o cara fazer o enxerto para nos mandar”

Hoje o sítio do casal conta com uma área preservada, além de sistemas agroflorestais que unem espécies frutíferas e espécies nativas, criando um modelo lucrativo e sustentável de produção em pequena escala.

“Hoje a gente tem laranja, ponkan, limão, banana, cupuaçu, aroeira, cambará, ipês rosa, roxo e branco, cedro, acerola, pequi, caju, jatobá. É muita muda. A gente fica até perdido, mas tá tudo dando certo”.

Ainda assim, apesar de viverem a poucos quilômetros das nascentes do Rio Paraguai, um dos rios mais extensos do mundo e principal abastecedor do Paraná, Jocilene comenta que a falta de água ainda é a principal dificuldade do casal. No começo do plantio, com as mudas precisando de água e o custo elevadíssimo dos poços, se uniram para garantir a sobrevivência de suas novas plantas.

“Como era período seco, quando as mudas chegaram, a gente ia com o regador molhando. Tinha vezes que a gente ficava até à noite, mas eu falava: ‘não vamos perder, não, nós vamos conseguir!’ E graças a Deus, conseguimos, não tivemos perdas de nenhuma muda”.

Jornalista do IPAM, lucas.itaborahy@ipam.org*

Veja também

See also

Teste 20250816 1605

Teste 20250816 1605

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Aliquam vitae lorem consectetur ante scelerisque elementum. Duis feugiat sollicitudin aliquam. Curabitur justo enim, pulvinar nec convallis ac, porttitor quis urna. Etiam tincidunt fringilla odio in...