TransCerrado investiga redução de 65% de água no Rio do Peixe

26 de agosto de 2024 | Notícias, TransCerrado

ago 26, 2024 | Notícias, TransCerrado

Karina Custódio*

Rio do PEIXE

Redução das águas do Rio do Peixe

Compreender a redução de 65% da disponibilidade de água no Rio do Peixe é a missão da quinta edição do TransCerrado, expedição científica feita em bicicleta pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), desde 2019. O percurso será realizado no fim de agosto para observar como o rio vem se comportando no período da seca. Quatro pesquisadores pedalarão 200 quilômetros ao longo do leito do rio, localizado no Centro de Goiás.

Paulo Moutinho, pesquisador sênior do IPAM e idealizador da iniciativa explica que uma expedição de bicicleta como o TransCerrado permite que uma maior interação com população e um melhor entendimento de como são impactados pela redução das águas. O pesquisador detalha quais serão os dados coletados durante o percurso do TransCerrado.

“Ao longo do trajeto, faremos entrevistas com a população local e, assim, tentaremos avaliar os possiveis impactos da morte lenta que o Rio do Peixe está sofrendo. Ainda, coletaremos imagens de uso da terra e desmatamento, além de realizar a identificação da vegetação e da fauna ao longo do percurso”.

O TransCerrado deste ano se insere numa pesquisa do IPAM, ainda em andamento, sobre as águas do Cerrado, que utiliza dados do MapBiomas Águas, produto da Rede Mapbiomas, da qual o IPAM faz parte. Os resultados preliminares apontam que todo o bioma tem enfrentado perdas históricas de água.

A superfície de água da bacia hidrográfica do Rio do Peixe, que está dentro do Cerrado, vem caindo desde 1994. Aumentos e reduções anuais são processos comuns em consequência da variação das chuvas, mas reduções ao longo da história indicam ameaças à saúde do rio.

Redução da vegetação

A bacia hidrográfica do Rio do Peixe já teve 65% de sua vegetação nativa devastada - 1360 quilômetros quadrados. 64% da savana e floresta desmatadas na bacia hidrográfica se transformoaram em agricultura e pasto - sendo que esta última ocupa 41% do território da bacia.

Rafaella Silvestrini, pesquisadora do IPAM e uma das autoras do estudo sobre a bacia, conta quais são as consequências de redução da vegetação nativa.

“As mudanças climáticas já estão causando o aumento da temperatura em geral. A preservação da vegetação ajuda a mitigar esse aumento, mantendo a temperatura localmente mais amena. Quando há perda de vegetação, esse microclima é prejudicado, tornando o ar mais seco e quente, e desfavorecendo a vegetação. A junção de todos estes fatores, levam, por fim, à perda de água”.

A pesquisadora alerta que há muitos fatores que podem ter influenciado a redução do Rio do Peixe e que maiores investigações, como a proposta pelo TransCerrado, são necessárias para entender as causas.



Este projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Saiba mais em brasil.un.org/pt-br/sdgs.

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