Livro reúne caminhos para uma bioeconomia Amazônica autêntica

18 de junho de 2024 | Notícias

jun 18, 2024 | Notícias

Por Mariana Abuchain*

Pesquisadores do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), junto a 32 autores e instituições acadêmicas e de pesquisa do Norte, Sudeste e Nordeste, se uniram para elencar desafios para uma bioeconomia inclusiva na Amazônia. O estudo teve como resultado o livro Bioeconomia para quem? Bases para um Desenvolvimento Sustentável na Amazônia, que será lançado, nesta quarta-feira (19/06), no Auditório Capacit da UFPA (Universidade Federal do Pará), em Belém.

O artigo “Bioeconomia Amazônica e Cidadania”, produzido por Olivia Zerbini, Patrícia Pinho e Ariane Rodrigues, pesquisadoras do IPAM, e pelo pesquisador sênior, Paulo Moutinho, aprofunda os pilares da bioeconomia na Amazônia propostos pelo IPAM –  infraestrutura, governança, inovação, acesso à tecnologia e colaboração coletiva, entre outros – e destrincha a perspectiva da cidadania amazônica, onde destacam quatro pontos chave para uma bioeconomia justa, equitativa e sustentável: desmatamento zero; inclusão e participação dos povos originários e seus saberes; diversificação dos modos de produção; e repartição equitativa dos benefícios gerados pela bioeconomia.

Cidadania, conhecimento e tecnologia

Olivia Zerbini destaca a relevância de relacionar bioeconomia e cidadania. “Isso foi crucial para identificar o potencial de ambas, quando uma série de condições se unem para consolidar um modelo mais sustentável social, ambiental e economicamente para a região.”

A participação do IPAM no livro mostra a possibilidade de uma economia com floresta viva, através da ciência com o protagonismo dos povos indígenas, comunidades tradicionais, representantes da agricultura familiar e todos aqueles que vivem, fazem e implementam a bioeconomia na Amazônia.

De acordo com a pesquisadora, o grande destaque é entender como a bioeconomia e a cidadania na região se retroalimentam e podem se fortalecer à medida que se desenvolvem. “O enfoque foi a repartição equitativa de benefícios, pois, apesar de ter legislação e ser algo difundido, é difícil colocar em prática. Um dos gargalos da bioeconomia é justamente agregar valor aos produtos garantindo que os primeiros elos das cadeias, os negócios comunitários, consigam aumentar a renda.”

Para entender melhor, os pesquisadores utilizam como exemplo emblemático a produção do açaí. “A gente percebeu que o produtor de açaí da Amazônia hoje consegue aumentar sua renda, mas ainda é muito discrepante. As pessoas pagam preços altíssimos por açaí fora do Brasil e agora até no próprio Brasil, mas isso não reflete como deveria no bolso do produtor. Precisamos de uma estrutura e um arcabouço institucional para equilibrar mais essa situação”, explica Olivia.

O ponto de discussão do estudo é como essa bioeconomia pode se fortalecer na região através da cidadania amazônica e como a cidadania amazônica pode contribuir no desenvolvimento dessa bioeconomia, sobretudo através de um processo de construção coletiva que una os saberes tradicionais aos saberes convencionais, otimize as técnicas produtivas, garanta a sustentabilidade dos processos e afirme o protagonismo dos negócios comunitários da região. “É preciso fortalecer a governança e o debate nos territórios”, finaliza.

O livro Bioeconomia para quem? Base para um Desenvolvimento Sustentável na Amazônia foi publicado pela Com Arte, editora-laboratório do Curso de Editoração da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.

*Estagiária sob supervisão de Sara Leal

Veja também

See also

Teste 20250816 1605

Teste 20250816 1605

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Aliquam vitae lorem consectetur ante scelerisque elementum. Duis feugiat sollicitudin aliquam. Curabitur justo enim, pulvinar nec convallis ac, porttitor quis urna. Etiam tincidunt fringilla odio in...