IPAM contribui para os debates durante os Diálogos Amazônicos

8 de agosto de 2023 | Notícias

ago 8, 2023 | Notícias

Os debates de alto nível sobre a PanAmazônia marcaram o Diálogos Amazônicos, evento que reuniu 27 mil pessoas, entre 4 e 6 de agosto, em Belém (PA). O IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) teve a oportunidade de dividir conhecimento e contribuir com o debate em torno do futuro da floresta.

Entre os temas discutidos por diretores, pesquisadores e especialistas estão: mudanças climáticas, restauro, combate ao desmatamento, bioeconomia, a agenda indígena, o uso de tecnologias para combater ilegalidades, promoção e preservação da biodiversidade, desenvolvimento sustentável, além das discussões da sociedade civil sobre a organização e objetivos da COP-30.

Veja trechos de como foi a participação do instituto:

Paulo Moutinho, pesquisador sênior do IPAM, esteve no evento “Combate ao desmatamento ilegal na Amazônia: meios jurídicos para responsabilização de infratores ambientais” e falou da importância da parceria com o Ministério Público e o Poder Judiciário para o combate ao desmatamento ilegal e atividades criminosas na Amazônia. “A aproximação do Judiciário e a ciência abre uma janela inédita para tomada de decisões mais adequadas para este mundo em aquecimento”, enfatizou, lembrando a participação do IPAM na formulação da primeira ação civil pública que tratou sobre dano climático. “Esse tipo de ação permite que o juiz consiga substanciar suas ações de forma robusta sem chance de quem cometeu o ilícito recorrer”.

Eugênio Pantoja, diretor de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do IPAM, reforçou o papel da população amazônida nas discussões e a função crítica e contributiva da sociedade civil na construção da agenda ambiental. No debate “Da Declaração de Belém à COP30: contribuições da sociedade civil para o desenvolvimento inclusivo e sustentável da PanAmazônia como potência climática”, com entidades do terceiro setor, ele enfatizou a relevância de se aproveitar as diferentes capacidades e os conhecimentos reunidos para resultar não somente em uma carta, mas em políticas públicas. “Para além da reivindicação, a conclusão deve ser uma construção efetiva de qual é o lócus de incidência e encontrar solução para os processos”, sugeriu.

Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM, fez parte dos eventos “No clima da colaboração internacional: respostas transfronteiriças a desafios sem fronteiras na PanAmazônia” e do “Google Brasil: tecnologias para a conservação da biodiversidade, proteção e promoção de direitos das populações e comunidades amazônicas”. Em ambas as oportunidades, a mensagem deixada foi que as atividades ilegais que provocam a destruição de florestas são responsáveis pelo cenário de aquecimento do planeta. “Quase metade da emissão de gases do efeito estufa está sendo gerada por uma atividade que beneficia poucas pessoas e que gera impacto para todos, em especial as populações mais vulneráveis”, enfatizou.

Durante o evento “Perspectivas e desafios para a restauração de paisagens e florestas em larga escala na Amazônia brasileira”, Gabriela Savian, diretora adjunta de políticas públicas do IPAM, afirmou que as discussões sobre arranjos ecológicos, bioeconomia e mercado de carbono precisam considerar realidades locais. “Não adianta termos modelos que possuam os requisitos se eles não responderem à uma realidade local do que pode ser viabilizado para o agricultor. É ele quem vai garantir a sustentabilidade a longo prazo”, declarou.

A diretora também participou do evento “Transparência e governança florestal: como a abertura de dados contribui para o combate ao desmatamento” e do painel “Desenvolvimento do Sistema Jurisdicional de REDD+ como instrumento estratégico para a integridade socioambiental”, onde falou sobre os compromissos subnacionais para manter a floresta em pé. “Durante o governo anterior, em um momento em que não havia compromissos federais, os estados escreveram em suas cartas de para o LEAF [fundo público-privado para financiar maiores ambições na redução do desmatamento e degradação em nível jurisdicional das florestas públicas] interesse de reduzir o desmatamento de 10% a 15%”, lembrou.

Sobre mudanças climáticas, Patrícia Pinho, diretora adjunta de pesquisa do IPAM, foi ouvida em dois eventos: “Evitando o ponto de não retorno: colocando a Amazônia no centro das metas ambientais globais e garantindo o acesso direto ao financiamento aos povos indígenas” e “Convocatória para ação imediata: escalando a bioeconomia PanAmazônia”.

O chamado tipping point é caracterizado quando, com o desmatamento, degradação e mudanças climáticas, a Amazônia perde a capacidade de recuperação, deixa de ser uma floresta úmida e vira outro ecossistema. Esse cenário pode ser evitado, mas a diretora ressaltou que há problemas mais urgentes. “Quando falamos em ponto de não retorno de inflexão do ecossistema ecológico da Amazônia, estamos falando sobre pessoas, modos de vida e cultura que estão sendo impactados”, enfatizou, sublinhando que o mesmo vale para temas de bioeconomia. “Se ela [bioeconomia] é um processo de desenvolvimento econômico baseado em commodities, em desmatamento, em comércio internacional, aumentará as emissões e os impactos materializados. É preciso rever o que se entende por escala”.

Martha Fellows, coordenadora do Núcleo de Estudos Indígenas do IPAM, esteve nos painéis “O Protagonismo dos Povos Indígenas no debate sobre Mudanças Climáticas – A experiência do CIMC” e “Deslocamento forçado de Povos Indígenas na América do Sul – Sociobioeconomia ancestral como estratégia de defesa dos territórios”. A pesquisadora defendeu a participação de povos originários nas discussões ambientais e do clima. “Não se pode ter espaços divididos. É necessário que governos e povos indígenas dialoguem pois os conhecimentos se complementam”, afirmou.

Os Diálogos Amazônicos antecederam a Cúpula da Amazônia, evento que reúne presidentes e chefes de Estado de países amazônicos, que começa nesta terça-feira (8) e termina na quarta-feira (9).



Este projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Saiba mais em brasil.un.org/pt-br/sdgs.

Veja também

See also

Teste 20250816 1605

Teste 20250816 1605

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Aliquam vitae lorem consectetur ante scelerisque elementum. Duis feugiat sollicitudin aliquam. Curabitur justo enim, pulvinar nec convallis ac, porttitor quis urna. Etiam tincidunt fringilla odio in...